A Práxis do Batismo no Espírito Santo na Experiência da Renovação Carismática Católica
- José Carlos Farias
- 16 de fev. de 2016
- 23 min de leitura

Uma releitura da Experiência Pentecostal Católica do Concílio Vaticano II aos nossos dias
Considerações iniciais:
Pentecostes é palavra de ordem para a Renovação Carismática Católica[1], é a sua experiência fundante, constituinte de sua identidade, de sua razão de ser, em outras palavras, é a via que Deus concedeu a RCC para que ela esteja a serviço da Igreja e com a Igreja. É o caminho da realização de seus membros, enquanto vocacionados por Deus na vivencia da fé.
É perceptível o bem que a renovação trouxe a Igreja, desde o engajamento de muitos líderes leigos numa pastoral ativa centrada no Senhorio de Jesus e na busca de conversão em uma vida intensa de oração regada pela leitura da Palavra de Deus, a vivência sacramental e o amor a Igreja. O mesmo se pode dizer em relação aos padres, os Bispos, os (as) religiosos (as) que sentiram uma renovação interior e vitalidade no exercício ministerial. Muitos são os exemplos que podemos explicitar, tais como:Pe. Robert DeGrandis[2], Monsenhor Jonas Abib[3], Monsenhor Mauro Tommasini fundador da Comunidade Javé Nissi e tantos outros e outras que poderiam aqui ser citados. Para ilustrar nossa afirmativa, apresentamos aqui as palavras testemunhais do pregador da Casa Pontifícia Pe. RANIERO CANTALAMESSA:
Certo dia fui quase forçado a um encontro carismático. Lá fui tomado de uma intensa e nova alegria, que não sabia explicar. Sentia-me sacudido. E, confessando as pessoas, percebia nelas um arrependimento novo, profundo. Eu podia ver e até tocar a graça de Deus. Mas continuava como um observador (...). Um detalhe importante é que enquanto se reza para que alguém receba a efusão do Espírito, se diz: “Escolhe Jesus como Senhor da tua vida” e, enquanto me diziam estas palavras, levantei os olhos e vi o crucifixo que estava sobre o altar da capela. Era como se Ele me esperasse para me dizer algo muito importante: “Atenção! Raniero, cuidado! Este é o Jesus que tu escolhes como teu Senhor, o Crucificado. Não é um Jesus fácil, sentimental”. Nesse momento, entendi que a RCC não é um fenômeno superficial, mas algo que nos leva diretamente ao coração do Evangelho, à cruz de Cristo. Três meses depois voltei à Itália e os meus irmãos diziam: “Que milagre! Mandamos à América Saulo e nos mandaram de volta Paulo”. Algumas semanas depois, rezando na cela de meu convento, tive a moção interior de visualizar Jesus que retornava do batismo no Jordão e começava a pregar o Reino de Deus, e ao passar por mim Ele dizia: “Se queres me ajudar a proclamar o Reino de Deus, deixa tudo e vem!” (...). Foi o Espírito Santo e a experiência carismática que fizeram deste velho professor universitário um pregador do Evangelho[4].
Segundo CORDES (1999, p.23) “Batismo no Espírito Santo é experiência concreta da graça de Pentecostes na qual a ação do Espírito Santo tornar-se realidade experimentada na vida do individuo e da comunidade de fé”.Como afirmou acima o Pe. Raniero, a experiência da renovação não está pautada em subjetivismo, mas à profunda compreensão do Evangelho e a entrega desmedida, almejando a cruz de Cristo como via de redenção e sentido para a vida, mesmo emsuas diversidades!
Embora sendo uma graça concedida por Deus a Igreja, a renovação passou por trancos e barrancos na sua atuação e aceitação, nada diferente do que se conhece pela história da Igreja nos diversos movimentos suscitados pelo Espírito Santo. Questionamentos que vão desde a veracidade de suas afirmações até questões de linguagem e eclesiologia.
No entanto, analisando o contexto atual da renovação, bem como os efeitos que ela tem produzido, algumas inquietações clamam por uma reflexão mais consistente. A terminologia “Batismo no Espírito Santo” é correta? A renovação tem conseguido promover a experiência do Batismo no Espírito tal como afirma acima o Cardeal Cordes[5]? Os frutos da primeira hora são perceptíveis ainda hoje? Se não onde estaria a causa? Questionamentos como esses, é que nos propomos a discutir nesta reflexão, e por consequência trazer luzes para ação pastoral em nossas comunidades.
Trajetória histórica:
Vivemos na Igreja um momento privilegiado da experiência pneumática. Desejado e refletido no Concílio Vaticano II, aaspiração de viver ‘‘um novo pentecostes’’ de João XXIII[6] se tornou concreta na Igreja Católica. Almejando conhecer os frutos do Concílio em 1974 o Papa Paulo VI(1978, p. 14) se reuniu com os líderes da Renovação Carismática Católica e exortou-os sobre dois pontos fundamentais para se experimentar e permanecer na experiência carismática . O primeiro é a necessidade da graça. A necessidade da graça é fruto da intervenção divina que supera a ordem natural, tanto para nossa salvação, como para o cumprimento do plano de redenção em favor da Igreja e de toda humanidade, à qual a misericórdia de Deus chama para a salvação (I Tm 2,4). O segundo é que a necessidade da graça supõe uma carência por parte do homem, isto é, uma abertura de coração, corresponder a graça de Deus que é o anseio mais profundo do ser humano.
De acordo com LAURENTIN (1974, p. 17), um grupo de cristãos Católicos Universitários da Universidade de Duquesne, no ano de 1967, ao ler os relatos de um livro chamado “A Cruz e o Punhal”, do Pastor David Wilkerson, ficam desnorteados com os relatos de sua experiência missionária em Nova York. O livro conta de que maneira espantosa os jovens delinquentes são libertos das drogas, através de uma experiência de Deus e no capítulo 21 eles encontram o sentido dessa experiência: O Espírito Santo! Os professores de Duquesne descobrem o que lhes faltava em sua vida espiritual, a experiência do Espírito Santo e os carismas. Assim, eles começam uma jornada espiritual. Durante dois meses o livro de Wilkerson lhes serve de base em suas orações e em seus colóquios, com o cuidado de realizar isto em termos de vivência. Um deles, Ralph Keifer, encontra outro livro pentecostal: John L. Sherril: Eles falam em outras línguas, que traz caminhos e meios práticos para acender a experiência do Espírito.
Ainda insatisfeitos, ao comparar os relatos do livro com os da Sagrada Escritura, principalmente o Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, começam a compreender coisas que até então para eles eram obscuras. KEVIN & DOROTHY (1969, p. 20), relatam que passavam horas estudando as Sagradas Escrituras e depois rezavam uns pelos outros clamando por tal experiência. Durante esse período numa tentativa de praticar e aprofundar a formação e atitudes cristãs, esses homens de Pittsburg oravam uns pelos outros de maneira consciente, durante um ano inteiro.Em uma carta enviada dois meses após (29 de abril de 1967), a um professor, Monsenhor Iacovantuno, PATTI GALLAGHER, uma das estudantes que participou do retiro, assim relatou o que aconteceu naqueles dias:
Tivemos um Fim de Semana de Estudos nos dias 17-19 de fevereiro. Preparamo-nos para este encontro, lemos os Atos dos Apóstolos e um livrinho intitulado "A Cruz e o Punhal" de autoria de David Wilkerson. Eu fiquei particularmente impressionada pelo conhecimento do poder do Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que os apóstolos foram capazes de espalhar a Boa Nova, após o Pentecostes. Eu supunha, naturalmente, que o Fim de Semana me seria proveitoso, mas devo admitir que nunca poderia supor que viria a transformar a minha vida! No sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de aniversário para alguns dos colegas, mas as coisas foram simplesmente acontecendo sem alternativa. Fomos sendo conduzidos para a capela, um de cada vez, e recebendo a graça que é denominada de Batismo no Espírito Santo, no Novo Testamento. Isto aconteceu de maneiras diversas para cada uma das pessoas. Eu fui atingida por uma forte certeza de que Deus é real e que nos ama. Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em voz alta, saltavam dos meus lábios. (...) Este não era, pois um simples bom fim de semana, mas, na realidade, uma experiência transformadora de vida que ainda está prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e expansão[7].
Desde a recepção da experiência Pentecostal na Igreja Católica não foram poucos os questionamentos que se levantaram a respeito, tanto da terminologia quanto da práxis. Algo comum, pois tudo que é novo causa estranheza e por vezes incomoda. A renovação chegou ao Brasil (e ao mundo) como uma explosão que atingiu o País em todos os cantos, atingindo todos os tipos de pessoas e classes sociais, foi verdadeiramente uma graça de Pentecostes como retrata os Atos dos Apóstolos (2,1-13).
A terminologia Batismo no Espírito Santo e a orientação da CNBB:
O batismo no Espírito é a experiência fundante da RCC, esta terminologia já foi bastante contestada em outros momentos, de tal maneira que a própria CNBB viu por bem se pronunciar a respeito, no entanto, em nossos dias tornou-se comum e sem maiores questionamentos. A rigor de pesquisa, faremos aqui uma consideração quanto à terminologia suscitada no documento e a análise feita por um perito em Sagradas Escrituras.
A palavra “batismo” significa tradicionalmente o sacramento da iniciação cristã. Por isso, será melhor evitar o uso da expressão “Batismo no Espírito”, ambígua, por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como “Efusão do Espírito Santo”, “derramamento do Espírito Santo”. Do mesmo modo, não se utilize o termo “confirmação” para não confundir com o sacramento da crisma (CNBB - Documento nº 53, parágrafo 54).
O conceituado exegeta Pe. NEY BRASIL desenvolveu um auspicioso artigo na revista de cultura bíblica procurando analisar a ocorrência do termo no NT e por consequência verificar a aplicabilidade da linguagem na RCC, isto é, se está correta na perspectiva bíblica nossa linguagem.
A expressão "Batismo no Espírito", como substantivo, não se encontra no Novo Testamento, Encontra-se, sim, várias vezes, em passagens bem determinadas, a expressão verbal equivalente — batizar ou ser batizado no Espírito — tratando-se sempre de uma ação exclusiva de Jesus, o Messias, em contraste com o batismo de João, o Precursor, João batiza "com água, para o arrependimento", enquanto Jesus batiza "com Espírito Santo" (literalmente, em ou no Espírito Santo)[8].
O artigo é bastante esclarecedor quanto à terminologia e também traz exortações precisa de outros teólogos e biblistas tais como Dom ESTEVÃO BETTANCOURT, que reconhece na prática da Renovação uma eficácia quanto ao sentido do Batismo nos inícios da fé Cristã:
"Sem dúvida, todo cristão foi 'batizado no Espírito' quando recebeu o sacramento do Batismo na infância. Mas poucos fiéis tomam consciência da vida nova que o Batismo lhe trouxe. Os encontros da Renovação Carismática têm conseguido despertar essa consciência, constituindo-se como verdadeiro 'Batismo no Espírito' para os conscientizados”[9].
Assim a consideração final do exegeta aos grupos carismáticos quanto à posição do documentoda CNBB é que “levando, porém, a advertência em conta, esforçar-se por esclarecer a expressão bíblica, acrescentando os substitutivos indicados. Porque a advertência ajudará, com certeza, a evitar equívocos e mal-entendidos, que não constroem a Igreja[10]”.
É de consenso em todos aqueles que tratam da experiência do Batismo no Espírito, em uma perspectiva teológica[11], que a mesma (experiência) está relacionada aos sacramentos de iniciação cristã. Sabemos que em toda regra também existe a exceção, como é o caso da pregação de Pedro na casa de Cornélio (Atos 10,44-48). Contudo, a reflexão teológica é correta, pois não podemos transformar a exceção em regra. Tanto os documentos, livros e discursos que visam a orientar a RCC são contundentes nessa afirmativa. Vale aqui considerarmos a fala do grande Papa e teólogo BENTO XVI:
Batismo no Espírito Santo é uma experiência transformadora de vida com o amor de Deus derramado no coração da pessoa pelo Espírito Santo, recebido através da submissão ao senhorio de Jesus Cristo. Ele atualiza o batismo e o crisma sacramentais, aprofunda a comunhão com Deus e com os outros cristãos, reviva o fervor evangelístico e equipa as pessoas com carismas para o serviço e a missão. (ICCRS, 2013, p. 10-11).
Da mesma forma enfatiza o Cardeal CORDES (1999, p. 25): “Enraizado na graça batismal, é essencialmente a experiência da renovada comunhão com as pessoas divinas. É a manifestação da vida trinitária nos que foram batizados”. Já o Cardeal SUENENS busca uma precisão quanto ao significado que a experiência carismática tem tanto na sacramentologia quanto na experiência pastoral, ou vivencial:
Entre os católicos da Renovação, a frase “batismo no Espírito Santo” se refere a dois sentidos ou momentos. O primeiro é propriamente teológico. Neste sentido, todo membro da Igreja é batizado no Espírito Santo pelo fato de ter recebido os sacramentos da iniciação cristã. “O segundo é de ordem experiencial e se refere ao momento ou processo de crescimento pelo qual a presença ativa do Espírito, recebido na iniciação, se torna sensível à consciência pessoal” (SUENENS, 2003, p. 39).
Conceituando a experiência do Batismo no Espírito Santo:
Vimos que biblicamente não há problemas quanto à terminologia, neste caso de acordo com a realidade e a compreensão das pessoas usa-se a prudência, como bem nos orientou o exegeta. Também analisamos a relação da experiência Pentecostal com a graça Batismal, agora nos atentaremos a perscrutar os efeitos dessa experiência, tal como ela foi para os primeiros e como ela é vivenciada em nossos dias.
Para o Cardeal CORDES[12] ela é “uma experiência concreta da graça de Pentecostes”.É um novo agir do Espírito na alma humana, possibilitando-a nascer de novo (II Cor 5,17).
“O Espírito Santo vem ao espírito humano, e a partir desse momento começamos novamente a viver, a encontrar-nos conosco mesmo, a encontrar a nossa identidade, nossa total humanidade. De maneira que estou convencido de que este movimento é um importante componente dessa total renovação da Igreja, dessa renovação espiritual da Igreja” (Os Papas falam sobre a RCC, p. 24).
Dentre os diversos sinais que podemos elencar sobre a graça de Pentecostes na renovação, destacamos quatro pontos, dos quais consideramos abranger o essencial desta experiência:
Mudança de mentalidade:
É estarrecedor perceber como as pessoas ao serem batizadas no Espírito Santo têm realmente uma “μετανοεῖν” (metanoein), a palavra se dá na junção de dois termos “μετά” (metá), ‘além’, depois; “νοῦς” (nous), ‘pensamento, intelecto’. A graça infundida no coração causa uma experiência análoga a de Paulo (Atos 9, 17-18), que ao ser batizado por Ananias, vê caindo como que escamas de seus olhos, tem uma nova compreensão de mundo. Não somente um voltar-se para Deus, mas também uma nova visão de toda realidade criada, bem como a compreensão do combate espiritual que se trava entre os filhos de Deus e o maligno.
Comumente chamamos esta experiência de “conversão”. Não que o batismo no Espírito leve-nos há uma conversão definitiva, mas ele realiza como o próprio termo explicita uma mudança, um retorno, voltando-nos para Deus, para seu amor. Amor este que afeta diretamente nosso relacionamento com o próprio Deus, conosco e com os outros, referimo-nos a outros para significar que o amor de Deus não só projeta-nos para o próximo, enquanto irmãos de comunidades e amigos, mas dirigi-nos a todos, sem distinção. Nesta experiência compreendemos o diálogo de Jesus com Nicodemos que é convidado a nascer de novo (Jo 3,5-7).
Dinamismo espiritual:
Outro ponto consensual em todos que sofrem esta experiência é o renovado desejo pela oração. Trata-se de uma descoberta, um avivamento, a oração toma um gosto diferenciado, como nunca visto antes, a presença de Deus é indubitável trazendo fortes momentos de louvor e adoração, tal como enfatizou Jesus à Samaritana (Jo 4,21-23). Seja no trabalho, no lazer, com os amigos, em meios às dificuldades, o coração é tomado de uma gratidão incontida onde tudo é motivo para rezar (I Tes 5,16-22).
Esse dinamismo é perceptível não somente na oração, mas também na missão! A consciência da presença do Espírito em nós faz fluir uma erupção de frutos e carismas. O cristão percebe que seu temperamento é transformado, é comedido em algumas ações, ousado em outras, percebe-se de fato uma força nova (Atos 1,8).O agir do Espírito nos livra da escravidão do pecado, levando-nos a superar nossas fraquezas, saímos da condição de coração de pedra e entramos na esfera do coração de carne (Ez 11,19). No agir ministerial destacasse a vivacidade da Palavra e dos Sinais que a acompanham (Mc 16,15-18).Os carismas já não são somente para monges e pessoas de santidade reconhecida, mas tornasse uma realidade na vida de fé, desde a oração comum assistida por profecias e palavras de sabedoria, como a intercessão pela cura, com sinais imediatos que vão desde a simples cura até milagres e libertações.
Zelo pela Sagrada Escritura:
Já se comentou que a renovação colocou a Bíblia na mão do povo! Não nos interessa aqui discutir se foi a Renovação ou a CEBs[13] que colocaram a Bíblia nas mãos povo. O fato é que a partir do batismo no Espírito Santo, os carismáticos começam a ler a Bíblia e tomá-la como Palavra de Deus, como de fato ela é (Heb 4,12-13). Pode até parecer estranha tal afirmativa, mas principalmente com o advento da exegese moderna, muitos perderam a fé em relação às Sagradas Escrituras, lendo-as simplesmente com a ênfase crítica e histórica. A Palavra era viva, referimo-nos não tanto ao conteúdo como verdades de fé, mas ao fato de que eles liam e experimentavam sinais tais quais se mencionam na Bíblia (Mt 11,2-6). Da mesma maneira não faltaram os que disferiam severas críticas contra a renovação chamando-os de fundamentalistas e ignorantes, não que uma boa fundamentação bíblica não seja necessária, mas não se fazerem doutores sem alunos, primeiro coloquemos a Bíblia nas mãos do povo, e uma vez credenciada, dá se a formação necessária. Já diz um ditado popular: “as abóboras se ajeitam no andar da carroça”.
Tal como na lectio divina a Bíblia foi tomada como um livro de oração, onde se ouve a Palavra de Deus e neste estimulo abre-se a um diálogo, inúmeros são os testemunhos de pessoas que iluminados pelo Espírito Santo na leitura da Sagrada Escritura encontram a orientação necessária para dirigir suas vidas e comunidades[14]. O amor a Bíblia e o anseio em conhecê-la foram os principais testemunhos que ecoam da boca dos carismáticos.
O zelo pela Escritura é fator fundante da RCC, pois permeou o coração dos fieis que se voltaram tenazmente a Bíblia, estudando, escutando pregações, inserindo-se em cursos de teologia, cujos frutos se tornam evidentes, não tanto por grandes reflexões teológicas, mas pela fidelidade magisterial na coerência de fé e doutrina.
Amor a Igreja:
A experiência do Espírito tem por consequência a vida comunitária, a experiência de Igreja. Ao lermos os Atos dos Apóstolos Lucas revela-nos três retratos de Igreja, exortando as primeiras comunidades de como deveriam proceder em suas condutas, mostrando os passos essenciais para que se possa amar a Igreja. Segundo o evangelista esse amor se manifesta na formação, na fraternidade, na partilha do pão e na oração (Atos 2,42-47). Por vezes, focasse o amor a Igreja como amor a hierarquia, esta interpretação é falha, pois a hierarquia e via de comunhão e não fim! A Igreja é um todo, enquanto laicato e hierarquia são partes, sendo ela corpo de Cristo cabeça, somos nós os membros que compõe e articulam este corpo. Quanto mais nos abrimos aos irmãos e as vias de salvação que a Igreja nos propõe, mais a amamos. Dizemos isto considerando as tensões necessárias e saudáveis que por vezes se dão entre laicato e hierarquia, tensões que não são vias de regra, mas exceções das quais não passam despercebidas no cotidiano da vida de fé.
Para o Cardeal CORDES (1999, p. 39) o batismo no Espírito Santo insere os fieis no cerne da Igreja, coloca-os na esfera da comunhão dos santos, tendo-os como amigos, irmãos e irmãs sempre nos aproximando de Cristo, levando sempre mais há um serviço concreto em empreendimentos sociais, caritativos e catequéticos.O Espírito estimula a criatividade e dá nova força e disponibilidade para satisfazê-las.
Apesar de seu caráter profundamente pessoal, esta nova relação com Jesus não é absolutamente coisa particular. Ao contrário, orienta para a comunidade, fomenta novo apreço pela presença de Maria em Pentecostes e por sua relação com a Igreja. Finalmente, a renovação se caracteriza por um grande amor a Igreja, estimula e favorece uma leal adesão e obediência a sua estrutura interna, a sua vida sacramental e a seu magistério (ORIENTAÇÕES TEOLÓGICAS e PASTORAIS, 1994, p 8).
O grande signo desse amor a Igreja se destaca na doação de tempo, disposição, dinheiro e estudos todos voltados para o bem da Igreja, para a evangelização, para a comunhão. Na primeira conferencia internacional do Papa Paulo VI com os líderes da Renovação, faz questão enfatizar pontos relevantes dessa experiência para a vida eclesial:
Gosto pela oração profunda pessoal e comunitária;
Uma volta a contemplação e uma ênfase colocada na palavra de Deus;
O desejo de entregar-se totalmente a Cristo;
Uma grande disponibilidade as inspirações do Espírito Santo;
Uma leitura mais assídua da Escritura;
Uma ampla abnegação fraterna;
Uma vontade de prestar uma colaboração aos serviços da Igreja (OS PAPAS FALAM SOBRE A RENOVAÇÃO, 1982, p. 7).
Dos frutos da primeira hora à realidade atual
Pela analise acima referida dos frutos da renovação, bem como o reconhecimento desta no seio da Igreja, é possível notar um declínio da primeira hora para os frutos de hoje. A renovação já não tem o mesmo alcance de antes, não porque o Espírito está menos atuante, antes porque nossa pedagogia não está coerente com a do Espírito, assim como aconteceu no correr da história da Igreja. Uma pergunta não quer calar: por que a diferença? Por que não é tão perceptível e nem tão impactante, enquanto número de pessoas, essa experiência de Pentecostes? Se for, e É, o mesmo Espírito lá e cá, por que não crescemos tanto quanto poderíamos crescer?
Podemos aventar ao menos de momento duas hipóteses: O pré e o pós-batismo no Espírito! Falta, ou pelo menos precisamos melhorar a preparação; o mesmo se aplica no acompanhamento, nosso pós-experiência não está gerando a base necessária para este avanço.
No que tange a pré-evangelização precisamos analisar o querigma, e a luz das Escrituras captarmos que sempre houve uma preparação para esta experiência. No Pentecostes se ouve a pergunta: “o que devemos fazer” (Atos 2,37), na casa de Cornélio já havia um anseio, e a pregação desencadeou a abertura desses corações ao Espírito (Atos 10), ainda podemos elencar a experiência de Paulo (Atos 9), sua pregação na comunidade de Éfeso (Atos 19,1-6), por conseguinte afirmamos:o querigma (primeiro anuncio) é fator indispensável no processo da formação humana para a caminhada de fé.
A experiência fundamental do batismo no Espírito Santo pode ser deficiente, não como experiência, mas como conteúdo, se ela não for agregada a uma boa formação (catequese). O Espírito Santo é protagonista no antes e no depois, é Ele que gera no coração do homem o anseio por Deus, e por consequência nos possibilita as ferramentas para suprir este anseio, que com Ele (Espírito Santo) atuamos no querigma e na catequese.
Flores (1991, p.15) abordando sobre a evangelização da Igreja no decorrer da história, exorta que o mandato de Cristo aos seus de chegarem aos confins da terra, anunciando o evangelho e batizando, fixou-se mais em ensinar que em proclamar, em batizar mais que evangelizar, em catolizar para depois cristianizar, insistindo em catequizar os fiéis e ensinar todas as verdades da Igreja católica. Se esquecendo do principio fundamental exigido por Jesus a Nicodemos: É necessário nascer de novo, ‘‘O necessário não é serem mestres em Israel, mas antes receber e viver a boa nova da salvação trazida por Jesus’’. Por isso hoje temos muitos batizados e pouco evangelizados. Assim se torna imperativo para Igreja uma nova evangelização pelo anuncio Querigmático.
O que de consenso se faz perceptível como prejudicial não só na experiência pentecostal da renovação, como também na ação evangelística da Igreja está o que chamamos de “mal da suposição”, isto é, “supor” que as pessoas já tiveram a formação básica (inicial) para prosseguirem na caminhada de fé. Nunca é demais enfatizar o amor de Deus, o torpor do pecado na consciência humana, a necessidade da salvação em Jesus, pontos que a todos nós são necessários serem retomados, ainda que com outras linguagens e com um conteúdo mais desenvolvido, repetimos: é preciso retomar este primeiro amor (Ap 2,4). Como o próprio nome já diz, a evangelização fundamental é fundamental!
A finalidade da pregação querigmatica é o despertar da fé. Existem duas etapas diferentes e complementares na evangelização. Entre querigma e catequese existem profundas relações, mas ao mesmo tempo existem lógicas a que convém indicar para distinguir: o anuncio da boa nova (querigma) e o ensino progressivo da fé (catequese). Trata-se de dois passos consecutivos que se exigem mutuamente. No entanto, o querigma antecede sempre à catequese.
Atentando a nossa realidade precisamos situar algumas questões:
Como são feitas as pregações nos pequenos grupos e grupos de oração? Possibilita-se um autentico protagonismo dos participantes na unção (manifestação) do Espírito que anima a comunidade e converge sua ação para o bem comum?
Por vezes se vê nas pregações que deveriam ser querigmáticas, um esboço de catequese, de doutrinação e sem contar o moralismo que é extremamente daninho para o processo de acolhida da ação pedagógica do Espírito Santo. Percebemos uma carência formativa nos pregadores que embora já tenham experiência ministerial, não tem a devida compreensão do que se trabalha e como trabalha, referimos ao fato do atropelamento do querigma pela catequese. Não se pode cobrar por aquilo que não se tem para oferecer! Sem o querigma a catequese é demasiado pesada e por vezes insuportável. Ambos, querigma e catequese, são necessários para o bom caminhar de nossas assembleias, seminários e retiros, possibilitando desta maneira melhor compreensão da ação carismática do Espírito Santo que anima e sustenta vida pentecostal.
Para que a vida de alguém cresça, é-lhe necessário ter antes nascido. Não se pode crescer na fé se, antes não se nasceu para ela. O querigma conduz precisamente a este fim: através da apresentação de Jesus morto, ressuscitado e glorificado, ter uma experiência de vida nova graças à fé e à conversão e experimentar Jesus vivo como Salvador pessoal, como Senhor de toda a vida e como Messias que dá o Espírito Santo, para transformar nosso mundo pelo amor. Mas lamentavelmente, na evangelização do povo de Deus, muitas vezes acreditou-se terem-se cumprido efetivamente todos os passos da proclamação querigmática. Por isso, se insiste prioritariamente nas verdades, nas leis divinas e nos dogmas diante daqueles que nunca tiveram oportunidade de conhecer a Jesus como Salvador pessoal, nem de o proclamar Senhor de toda sua vida e tampouco de o experimentar como Messias. Algumas culturas indígenas do México tinham costume e crenças que hoje fazem-nos rir. Por exemplo, colocavam comida dentro dos túmulos, pois poderia acontecer que o defunto tivesse fome. A chegada do evangelho, pois fim a esse absurdo. Entretanto talvez os evangelizadores de há quinhentos anos também riam de nós. Porque estamos fazendo o mesmo: para evangelizar estamos colocando o rico alimento da doutrina e da moral cristã junto à cadáveres que não têm a vida de Jesus. Estamos alimentando os mortos. (FLORES 1991, p. 18).
No pós-batismo no Espírito, momento próprio da catequese, deparamo-nos como a ausência de conteúdo e defasagem da ação pedagógica. Podemos ilustrar essa realidade analisando os pastoreios que são feitos em nossos seminários, alias por muitas vezes nem são feitos; a centralização na liderança valendo-se da coordenação como monopólio e não como serviço.
Portanto, como é uma orquestra, ninguém na Renovação pode pensar em ser mais importante ou maior que o outro, por favor! Porque, quando alguém de vocês pensa que é mais importante que o outro, maior que o outro, começa a peste! Ninguém pode dizer: “Eu sou o chefe”. Vocês, como toda a Igreja, tem um só chefe, um só Senhor: o Senhor Jesus. Repitam comigo: Quem é o chefe da Renovação? O Senhor Jesus! Quem é o chefe da Renovação? (Os participantes repetem) O Senhor Jesus! E podemos dizer isso com a potência que nos dá o Espírito Santo, porque ninguém pode dizer: “Jesus é o Senhor”, sem o Espírito Santo[15].
Segundo o Papa Francisco[16], quem em suas palavras demonstra conhecer a renovação por dentro, precisamos rever nossa pedagogia: Vocês, Renovação Carismática, receberam um grande presente do Senhor. Vocês nasceram de um desejo do Espírito Santo como “uma corrente de graça” na Igreja e para a Igreja. É isto que os define: “uma corrente de graça”. Mostra por consequência os riscos que corremos: O perigo para a Renovação, como costuma dizer sempre, o nosso querido padre RanieroCantalamessa, é a organização excessiva: o perigo de organização excessiva. Esta exortação do Papa é altamente relevante, considerando a demasiada ênfase que se dá ao cargo de coordenação. Ele insiste: Vocês são dispensadores da graça de Deus, e não controladores! Não imponham uma alfândega ao Espírito Santo! Sejam dispensadores da graça de Deus. Evitem o perigo da excessiva organização (...). Deixai-vos guiar pelo Espírito Santo, com liberdade; e, por favor, não engaiolem o Espírito Santo!
O ICCRS, prestadora de serviços para Renovação a nível internacional, preocupasse em seu mais recente documento com o pós-batismo no Espírito Santo, tendo em vista que sem este pastoreio e subsídio todo trabalho desenvolvido poderá sofrer déficits na perseverança, nada diferente do que vemos hoje.
O dom do Espírito não é estático, mas ele é dado para produzir e fazer crescer os frutos maduros da santidade. Isto que exige que depois da oração por batismo no Espírito sejam proporcionadas outras oportunidades para as pessoas crescerem na vida espiritual. Estas oportunidades incluem estudo continuo da Sagrada Escritura e da formação católica, especialmente para os leigos que têm um carisma de pregação popular, mas aos quais falta formação teológica (ICCRS, 2013, p. 93).
À guisa de conclusão:
A renovação é um grande dom de Deus para a Igreja, que reflete o frescor do concílio. Nas palavras do Papa Francisco, situamos o que a renovação significa para Igreja, e como o sumo pontífice a vê e o que espera dela:
Vocês, Renovação Carismática, receberam um grande presente do Senhor. Vocês nasceram de um desejo do Espírito Santo como “uma corrente de graça” na Igreja e para a Igreja. É isto que os define: “uma corrente de graça”. Sobre o que espero de vocês: A primeira coisa é a conversão ao amor de Jesus que muda a vida e faz do cristão uma testemunha do Amor de Deus. A Igreja espera esse testemunho de vida cristã e o Espírito nos ajuda a viver a coerência do Evangelho para a nossa santidade. Espero de vocês que partilhem com todos, na Igreja, a graça do Batismo no Espírito Santo (expressão que se lê nos Atos dos Apóstolos). Espero de vocês uma evangelização com a Palavra de Deus que anuncia que Jesus é vivo e ama a todos os homens. Que vocês deem um testemunho de ecumenismo espiritual com todos os irmãos e irmãs de outras Igrejas e comunidades cristãs que creem em Jesus como Senhor e Salvador. Que vocês permaneçam unidos no amor que o Senhor Jesus pede a nós e a todos os homens, na oração ao Espírito Santo para chegar a esta unidade, que é necessária para a evangelização, em nome de Jesus[17].
Também nesta palavra do Santo Padre, vemos a importância da refontização de nossa experiência, desde o conteúdo de nossos principais documentos até um autentico anuncio querigmático regado de uma frutuosa pratica pastoral, promovendo a experiência do Batismo no Espírito e a assistência aos pobres e necessitados que são a presença do próprio Cristo em nosso meio (Mt 25,40).
Em comunhão com a orientação do Papa cabe-nos também uma reciclagem na formação de nossos líderes, bem como uma orientação e em alguns casos reorientação na organização de nossos seminários e pastoreios. A renovação é uma graça de Deus concedida a Igreja, a nós, somos seus dispensadores e é isso que Deus espera de nós, nesta medida é que ele nos pedirá contas, assim como destacou nosso Senhor na parábola dos talentos (Mt 25,14-30).
Fazemos nossa e para nossos dias a oração do Santo João XXIII[18]:
Repita-se deste modo, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: "Renova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz”.
Bibliografia:
A Renovação Espiritual Católica Carismática. 2º edição. São Paulo: Editora Loyola, 1987.
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[1] Aos nos referirmos a Renovação Carismática Católica, usaremos a sigla RCC.
[2] Expoente conhecido internacionalmente, de forma especial, no ministério de cura pela Renovação Carismática Católica.
[3] Um dos pioneiros na experiência e propagação da RCC do Brasil, pregador internacional e fundador da Comunidade Canção Nova.
[4] Aos que desejarem ler a matéria completa, acessem: http://pantokrator.org.br/po/artigos-pantokrator/conheca-o-testemunho-pessoal-frei-raniero-cantalamessa/. Acesso: 05-06-2014.
[5] Experiência concreta da graça de Pentecostes.
[6] Repita-se deste modo, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: "Renova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz”.Fonte:www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/apost_constitutions/documents/hf_j-xxiii_apc_19611225_humanae-salutis_po.html. Acesso: 01/06/14.
[7] Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/interna.php?paginas=42. Acesso: 06-06-2014.
[8]Revista de Cultura Bíblica (RCB), ano 38, vol XX n.37;38, pág 4, 1996 – São Paulo.
[9] Ibid.
[10] Ibid.
[11] Assim expressa o chamado “documento de Malines” (Orientações teológicas e Pastorais);“Reflexões sobre a Renovação Carismática Católica”, do Cardeal Cordes e também as orientações do “ICCRIS”.
[12] Ibid.
[13] Comunidades Eclesiais de Base.
[14] É o caso da comunidade Javé Nissi! Todos os seus passos são direcionados em palavras inspiradoras que há quatorze anos conduzem a comunidade em um crescimento ininterrupto. Nossa inspiração fundante foi o Salmo 122, inspirando-nos a ser comunidade, com o signo “Jerusalém” (nosso Rhema); e por lema constante: “Não vos afasteis de Jerusalém” (Atos 1,4-5).Diversas foram as palavras que situavam a realidade espiritual que a comunidade está vivendo. Tais como: Um só coração (Atos 4,32); Alargar as tendas (Is 54,2); Levanta-te (Atos 3,6).
[15] Fonte: http://papa.cancaonova.com/discurso-do-papa-a-renovacao-carismatica-catolica/. Acesso: 13-06-2014.
[16] Ibid.
[17] Ibid.
[18]Fonte:www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/apost_constitutions/documents/hf_j-xxiii_apc_19611225_humanae-salutis_po.html. Acesso: 01/06/14.
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