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O CORAÇÃO: A perfeita oferenda.

  • Bruna Kitéria
  • 12 de fev. de 2016
  • 5 min de leitura

"E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: "Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento". (Marcos 12:41-44)

Santa Teresa d´Avila entendeu muito bem esta passagem quanto cita em seu Livro da Vida, que nossa oferta não devem ser os produtos ou nossos rendimentos e sim, o nosso tudo. Com a ajuda de sua compreensão vamos adentrar neste mistério de uma perfeita oferenda a Deus.

Quando Santa Teresa nos diz que não são os "produtos e rendimentos" que devemos ofertar, está nos alertando para o que Jesus diz: " ...todos alí deitaram do que lhes sobejava.". Deus não espera que ofertemos os produtos de nossas mãos, ou seja, nossos trabalhos na Comunidade, na Evangelização, na propagação do Reino d´Ele, nossas pregações, nossas orações, nossos aconselhamentos, nossa intercessão, nossas exortações, nossa cozinha, nossa administração, nosso ministério de música, nosso cuidado com as coisas da Comunidade, nosso empenho, nossa pontualidade, nosso acolhimento, nossa doação mensal, nossos convívios, nosso blog, nosso Face, nosso Watsapp, nosso Site...enfim toda e qualquer atividade fruto de nossas mãos. Deus não quer de nós nosso produto! Porque se assim fosse Ele seria o nosso Administrador e nós seus colaboradores, que vivem uma vida toda para produzir e enriquecer o proprietário da organização e receber mensalmente a remuneração pelo trabalho exercido. E aqui é preciso identificar as duas consequências:

A primeira, é a ideia de relação/escravo de Deus: Deus não nos chama, não nos convoca à uma vida de escravidão trabalhista, ou melhor diria, uma vida de escravidão missionária, porque essa é a visão de quem não conhece a Deus, de quem olha para os santos e vêem apenas homens que foram submissos a Deus, que sujeitaram sua liberdade e vontade à servidão de um Deus que declaravam como seu Senhor. Vejam como deve existir uma grande distância entre os cristãos que encontraram com Deus, daqueles que não O conhecem. Pois aquele que conhecer o Dom de Deus vai entender, vai adentrar, vai viver e irá serví-Lo não por obrigação, mas por amor. É um ato voluntário, sem a necessidade que te mandem à vinha para cultivar ou colher.

E aqui cabe um outro ponto no Caminho da Perfeição, que é a pratica do "Amor Virtude", no qual não amamos por vontade própria, mas por amor a Deus. Para ficar mais claro, não devemos fazer o bem seja a um amigo, irmão, cônjuge ou àquele que nos é mais próximo porque o amamos, isso é egoísmo e apego, queremos o bem do outro porque isso nos faz bem e isso terá o retorno, amamos o outro porque ele nos ama, isso é filáucia - o amor exagerado de si! O Amor Virtude transcende a carne e os desejos, é um amor espiritual que vem de Deus e traz liberdade. Assim ao olharmos para àquele que dizemos amar, percebamos que não devemos amá-lo para nosso benefício, porque estamos carentes, depressivos, felizes e precisamos de alguém pra compartilhar, mas porque Deus o ama e o nosso sentimento transpassa pela purificação do sangue de Cristo. Pois o sangue percorre todo o corpo levando os nutrientes e transportando às impurezas que são filtradas no fígado e secretadas na urina. Por isso o Sangue de Cristo percorre o nosso corpo na Comunhão, para purificação do que em nós é sinal de inferno e desamor e que pode levar à morte: física, psíquica e espiritual de qualquer relacionamento.

Tudo isso para entendermos que "se não tiver amor de nada valeria ( 1Cor. 13)". Ser um servo, um missionário que não ama com Amor Desapegado de Si, será um contra-testemunho quando o que fizermos for por temor a Deus de estarmos cumprindo com a nossa parte, ofertando apenas as moedas de nosso produto a Deus, mesmo que sejam muitas moedas.

A segunda, é a espera da remuneração: Quando servimos a Deus na espera de remuneração, já nesta terra, somos os cristãos mais dignos de misericórdia. A remuneração pelo trabalho exercido no mês é constituição trabalhista, mas Deus não se mede pelas leis criadas pelos homens para regir os homens. A Lei de Deus é perfeita e foi transformada por Cristo - o ungido, das leis das tábuas de Moisés para à Lei do Amor. Em tudo está ligado o amor, e aqui essa palavra nos designa o impulso do coração, a vontade e o desejo. A disposição do ato de amar é maior que a conjugação do verbo, para amar é preciso sentimento verdadeiro e ato concreto, quando os dois não caminham juntos, é só uma falsa ideia ou uma máscara.

Quem espera remuneração de Deus não conta com a Graça, não conhece o Dom e não vive o Amor, pois tornou-se colaborador mercenário, que articula seus atos se houver algum benefício em troca. Eu vou naquele Retiro porque vou receber uma benção e não porque quero conhecer mais a Deus e deixá-Lo usar de minha vida para salvação dos outros; eu vou pregar naquele encontro porque receberei elogios, serei respeitado e não porque Deus me revelou algo tão magnífico que preciso partilhar com os irmãos. Eu vou rezar porque Deus vai me curar, me libertar, me instruir, me mostrar o caminho. Vejam não é que essas coisas sejam ruins, mas a intenção do coração. Eu vou a Deus porque O amo ou porque vejo uma oportunidade de receber algo em troca? Nosso coração tem que ansiar por Deus, por estar com Ele, por viver n´Ele e não pelo que receberemos.

Quando Santa Teresa fala dos "rendimentos", isto é bem claro, são as sobras, as beradas, o que está em volta. As moedas da oferta não podem estar condicionadas a um empreendimento que se fora bem sucedido terá sua quantia, é como se Deus mais uma vez aguardasse apenas o que rendermos, aguardasse apenas nosso suor.

E aqui ainda entra a avareza, porque corremos o risco de ofertar só o que nos sobra, nosso tempo, nosso bolso, nossa inteligência, nossa paciência, nossa família, nossa presença, nossa pontualidade, nossa disposição, nossa amizade, nossa escuta, nossa fala e tudo o que somos. O que queremos dizer com isto? Não é só o novilho gordo do pasto ou dízimo farto do nosso bolso...mas ofertamos o que sobra de nós mesmos. E veja que discrepante, ofertamos nossas sobras para Àquele que nos criou por inteiro e deu-nos vida.

Ou seja, a Oferta Perfeita não são os "produtos" ou os "rendimentos", mas nosso CORAÇÃO!

"Mãe vem nos ensinar a fazer da vida uma oblação, culto agradável a Deus é fazer a oferta do próprio coração."

Que neste dia a Santa Mãe de Deus interceda por nós ao Pai, para que possamos aprender com ela a fazer a Perfeita Oferenda a Deus, o nosso Coração! Amém.


 
 
 

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